quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Black Sabbath - Master of Reality. Lacônico, pesado e certeiro.


Para comemorar a volta dos mestres do heavy metal nada melhor que comentar sobre esse petardo gravado entre fevereiro e abril de 1971. 
Nessa época as coisas começavam a dar certo para a banda após o sucesso de Paranoid no Reino Unido e esse disco seria fundamental para definir o futuro do grupo. Resultado disso, disco de ouro em 1971, platina em 1986 e platina dupla em 2001. Os números mostram que esse disco é um caso em que o álbum se torna mais querido com o passar do tempo.
A crítica, por sua vez, não recebeu muito bem esse disco há quarenta anos atrás, críticos achavam o disco monótono enquanto outros não entenderam a proposta pesada e desafiadora da banda. Esses fatos, no entanto, são aceitáveis, tendo em vista que numa época pós cultura "paz e amor" e com discos progressivos sinfônicos sendo lançados aos montes, um quarteto lançar um disco tão denso, tão bruto, tão sem requintes era algo difícil de ser digerido. O disco é o mais taciturno e sorumbático da carreira da banda. Parece um passeio por uma tarde cinza e triste como se antecedesse um enterro. 
Todavia se levarmos em conta que vender 500 mil cópias nessas circunstâncias é um bom negócio e por que não um sucesso. Sucesso esse que marcou esse disco como um dos mais influentes da banda. O estilo Doom metal, por exemplo, foi todo criado a partir das principais marcas encontradas nesse disco. 
Ainda acerca das principais características encontradas nesse álbum destaque absoluto para o timbre das guitarras de Iommi. O peso levado ao máximo! Nunca havia-se ouvido um som tão orgânico. O guitarrista tocava de uma forma bruta sem firulas e virtuosismo. O objetivo da banda era reproduzir em forma de rock o decadente e duro mundo em que eles vivam, uma vez que moravam numa cidade industrial, poluida e perigosa. Musicalmente o exemplo maior disso é Into the void. A levada do riff cria a imagem musical perfeita para descrever o lado negro da vida. É disparado a música de encerramento mais marcante da história, que marca a qualidade de coesão desse disco, que, apesar de curto, é mais direto e acerta justamente por isso. Um trabalho para ser ouvido algumas vezes seguidas. 
Quarenta anos se passaram e podemos observar hoje que ele está cada vez melhor. Soa sempre novo, sem marcas do passado. Um bom exemplo para a geração atual de como é possível fazer algo que marque época nadando contra a corrente.

Ano de lançamento: 1971
Formação:
  • Ozzy Osbourne – Vocal
  • Tony Iommi – Guitarra
  • Geezer Butler – baixo
  • Bill Ward – Bateria

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